Deus e o big-bang

Deus e o Big-bang
Carlos de Brito Imbassahy
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Quando os astrônomos descobriram os buracos negros e puderam estudá-los com certo conhecimento, de imediato, imaginaram que algum fenômeno semelhante pudesse ter sido a causa da formação do Universo, ou seja, que uma força imensa teria agregado toda a massa cósmica de energia em um ponto central ou fulcro, como acontece com os aludidos buracos negros, e que, em determinado momento, este fulcro teria explodido de forma grandiosa, daí, denominarem o fenômeno de Big-bang, ou seja, a grande explosão.

Atividade referente o texto
O texto "Deus e o big-bang" apresenta um diálogo entre o mito judaico-cristão da criação e as descobertas da ciência. Este tema (a criação) é um dos temas centrais presente na mitologia de quase todas as grandes religiões da humanidade. Em torno do mito da criação são criados muitos símbolos e também muitos ritos. Enriquecido com a leitura desse texto, escolha dentre as várias religiões existentes (passado ou presente):

- dois símbolos +

- dois rituais +

- dois mitos

e faça uma descrição de cada um deles (no total são seis descrições). Para os símbolos pode inserir imagens.

Encaminhe a tarefa on-line até o dia 09/03.

VALOR: 0.5 pontos + presença do dia 06/03.

A tendência matemática é admitir que os valores que ocorrem no mínimo se repetem no máximo, estudo esse feito por Fourrier através de uma série algébrica. Dessa forma, estaria explicado como o Universo teria se formado.

As idéias seqüentes foram obra e arte da imaginação científica que admitiu que, com a tal explosão gigantesca, teria se desencadeado uma série de fenômenos capazes de dar origem à transformação da energia cósmica em matéria, só que se esqueceram de que a formação do Universo é constante e não existe mais nenhum vestígio de explosão inicial capaz de gerar tais transformações.

Mas a verdade é que os teocratas da Ciência, descobriram, dessa forma, uma explicação para a existência de Deus, ou seja, Ele seria este grande agente que teria implodido toda a energia cósmica no fulcro inicial. Não explicaria o seu antropomorfismo religioso, contudo, admitiria que, de fato, a formação dos mundos devesse a um Ser supremo ou Agente inicial de todas as coisas cuja inteligência superaria à capacidade de qualquer mortal humano.

Ainda se tem como certa a formação do Universo pelo Big-bang, aceita por uma pequena parte de cientistas ante tantas contradições a respeito desse fenômeno como origem de tudo. Ele sozinho não seria capaz de desencadear as formas e as vidas, de um modo geral; não teria elementos para ser origem de tudo o que existe, embora, sob os aspectos teológicos, a mão e Deus estivesse por trás de tudo, manipulando os mundos e decorrências.

Contudo, seria preciso, inicialmente, aceitar a idéia de que este Ente Supremo tivesse tal “vontade” e tal predicado, num misto do Deus religioso com o Agente Físico; forma deveras difícil de assimilar, antes certas incoerências existentes pela falta total de maiores conhecimentos.

O grande entrave religioso estava estabelecido em decorrência dos conceitos orientais que se chocavam com a corrente do Cristianismo adotada no ocidente: essas imposições de caráter dogmático se entrechocavam de forma contundente, por princípios, mostrando que as religiões não eram coerentes entre si, cada qual se tendo como verdadeira e dona ou senhora do direito de ser a palavra do Criador, ou seja, de Deus.

A primeira divergência estava no conceito de se ter o homem como se tivesse sido criado à imagem e semelhança de Deus; absurdo pleno, primeiramente porque daria a Deus uma forma por demais precária para ser o Todo Poderoso da criação, quer em competência, quer em atributos; depois, porque, se fôssemos Sua obra prima da Criação, não se justificava que Ele tivesse nos colocado num ínfimo planeta de um sistema solar dos menos importantes. Coisa que só se justificava àquela época em que se tinha a Terra como centro de todos Universo e que tudo giraria em seu entorno.

O segundo entrave estaria no privilégio divino de escolher esta e não aquela sociedade humana para ser a sua predileta; injustificável, porque, afinal, Ele teria sido o responsável por toda a Criação humana e não apenas pelos seus respectivos adoradores privilegiados por conceitos próprios e restritos a seus próprios preceitos.

Além disso, o Deus religioso antropomórfico seria inteiramente incompatível com o Universo: afinal, com apenas dois braços e duas pernas, não teria condições de manipular toda essa imensidão sideral, formando, a cada instante, um novo mundo, uma nova forma.

Quando Murray Gellman, o pai do “quark”, afirmou, em 1975, que a energia, por si só não poderia se alterar para dar forma às partículas atômicas, o estudo a Física com relação ao Big-bang se alterou de forma incondicional; o estrondo inicial se tivesse existido, já teria perdido toda sua força de ação, entretanto, os sistemas de formação dos seres e das coisas continuava ativo e degradante. Era preciso encontrar outra explicação para justificar simultaneamente essas formações e essas degradações.

Já a esta altura, Edwin Power Hubble, astrônomo norte-americano falecido em 1953, havia feito uma revolução nas descobertas siderais, a partir da observação de Andrômeda e, através do desvio dos raios vermelhos descobrira a curvatura celeste, ou seja, o Universo seria formado de camadas côncavas definidas a partir de um centro geral pelo parâmetro “tempo”. Em síntese, a cada tempo corresponderia uma posição, como se fosse esférica, de uma superfície universal. E provou, finalmente, através do estudo do afastamento das galáxias, que o Universo se expandia e que, como tal, de fato, não seria infinito.

Em decorrência disso, há que se admitir que, além do Universo existe mais espaço não ocupado por ele. E quê, ou quem o ocuparia?

As hipóteses, sem dúvida, são imensas: desde a possibilidade de existirem outros universos como o nosso como a de que este ambiente seja algo componente do nosso próprio sistema e, neste caso, Deus – ou o Agente Supremo – estaria além da existência cósmica e seria mais do que simples responsável pelo nosso sistema, ficando, pois, a um Ente inferior a Ele a capacidade de nos gerir.

Quanto à hipótese do Big-bang, ela começou a ruir quando a equipe de astrofísicos de Palomar – na Califórnia – instalou em 1990 o primeiro aparelho óptico do Observatório na cratera do extinto vulcão Mauna Kea, no Havaí, a 4150 metros de altitude e com ele pôde observar a formação de um sistema planetário em volta da estrela Alfa Centaurus a partir de agentes cósmicos atuantes cuja origem era inteiramente desconhecida. Portanto, se há tais agentes, não justifica supor que a origem de tudo se resumiria a uma explosão inicial que, de há muito, já teria se dispersado.

Dois anos após era inaugurado o segundo telescópio infravermelho do Havaí; e então, os novos estudos permitiram descobrir que, de fato, toda a criação universal deveria partir da ação de forças ditas “peso sem massa” cuja origem ainda permanece inteiramente desconhecida.

Os primeiros filósofos orientais que tiveram conhecimento do assunto criaram uma doutrina admitindo que, no caso, o Supremo Criador, origem de tudo, não teria criado nada dentro do Universo; apenas, teria reunido toda sua energia cósmica amorfa para que tais agentes pudessem nessa atuar e desenvolver um processo evolutivo de transformação.

No caso, o mal seria a ação contrária ao progresso evolutivo do sistema e que se manifestaria em seus elementos com o fito de destruí-los ou descaracterizá-los para que se tornassem entrave a todo processo.

São hipóteses. Em Ciência discute-se a hipótese; não lhe dá, todavia, o status de verdade. Não se impõe nem pela fé nem pela crença, como os dogmas religiosos nem se aceita pela lógica, senão pela prova científica da demonstração (geralmente por equações matemáticas) ou pela observação da sua ocorrência.

Como no caso do Plutão: só perdeu a condição de planeta do nosso sistema solar depois que ficou comprovado que não possuía os predicados dos mesmos.

Infelizmente, o estabelecimento religioso impositivo da existência de um Deus onipotente, onipresente e possuidor dos “defeitos” – para ser Deus – ditos “predicados humanos” no superlativo – super misericordioso, super poderoso, absoluto e que mais – impede que a Ciência admita Sua existência, por incompatibilidade com a idéia que faz de “perfeição”.

A perfeição é o absoluto. Predicados são relativos.

Por isso é que Einstein admitiu que tudo devesse ser relativo, tendo criado duas teorias, a da relatividade generalizada e a da relatividade restrita.

Todavia, se, de fato, tudo fosse relativo, diremos nós, a relatividade seria absoluta; mas se a relatividade fosse absoluta, nem tudo seria relativo. Grande impasse!

Assim, resta-nos partir para a idéia de que o absoluto seja o conceito de Deus e o relativo da existência do Universo que pode ser múltiplo, ou seja, fora nosso sistema, poderão existir outros Universos iguais ou semelhantes ao nosso, guardando outros aspectos de existência porque não se pode imaginar a energia cósmica sem que advenha de algum lugar; mesmo com a hipótese do “nada” que enche o Universo, assim como as bolhas de sabão enchem uma tina de espuma, há que se admitir que este “nada” que, no interior da bolha é o ar atmosférico, possa ser o que Kardec denominou de Espiritualidade e que os sensitivos, quando se liberam do corpo, nele mergulhariam para viver em outra dimensão completamente distinta da nossa, contudo, com as formas e espécies que atuariam sobre a Universo modulando sua energia e dando-lhe existência e vida.

A idéia de Deus comandando o Big-bang para dar origem ao Universo sofreu um rigoroso golpe quando a equipe de astrofísicos de Palomar definiu o Universo como sendo pulsante e anisotrópico, ou seja, com existências consecutivas, para justificar, com isso, o resultado das suas observações que comprovam que ele se expande e, como tal, irá se esvair e perderá a forma.

Neste caso, o conceito de Deus passaria a ser o do Agente que comandaria a nova implosão de toda essa energia para dar origem a nova etapa de existência do Universo dito pulsante porque se expande e se encolhe para reiniciar um novo ciclo de expansão. Dito anisotrópico porque a implosão não é o inverso do movimento de expansão.

Só para exemplificar: o movimento pendular do relógio é isotrópico porque o pêndulo para um lado e pelo outro pelo mesmo caminho, seguindo rotas inversas.

Evidentemente, os conceitos vão evolver com as novas descobertas. Novas teorias irão surgir, todavia, enquanto a religião influir diretamente no caráter da humanidade, ávida de ter um Ente superior que por ela vele, dificilmente, o homem irá compreender que o conceito de Deus é algo puramente subjetivo e essencial para atender às suas carências e às suas necessidades de admitir que possa haver algo superior a tudo protegendo sua existência.